
Vamos primeiro que tudo esclarecer uma coisa, isto não é um documentário. É, na melhor das hipóteses, um filme que recorre a técnicas semelhates a um documentário, mas qualquer parecença com o documentário em si, é pura coincidência.
Primeiro, e aquilo que mais me irritou no filme, foi a tentativa de mostrar a manipulação de que o povo americano estava a ser vítima, quando na verdade o sucesso deste filme basea-se na manipulação das ideias das pessoas. Manipula, para obter o resultado pretendido, não há espaço para as pessoas se confrontarem com ambos os lados dos factos e fazerem a sua própria opinião. E, quando isso acontece lá vem uma pessoa, familiar de uma vítima da tragédia do 9/11 ou da guerra no iraque, apelar ao sentimento. Obrigar as pessoas a concordar com Michael Moore. Tudo o que é dito pode até ser verdade, mas eu não gostei que me obrigassem a ter esta ou aquela opinião. É demasiado presunçoso da parte do realizador, argumentista e produtor do filme dar a sua opinão como certa e gozar com quem acredita no contrário.
Fahrenheit 9/11 é só o ponto de vista de alguém, e se tivesse sido assumido apenas como isso, poderia ter ganho algum respeito. Não precisamos de concordar com o que lá é dito, nem acreditar que, só por ter sido apelidado de documentário, tudo o que lá se diz é verdade.
Foi este o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, creio que a intenção seria dar lhe alguma visibilidade na tentativa de realmente as pessoas não votarem no Bush. Uma pequena provocação para mostrar que nós, os europeus, pensamos da mesma forma que Michael Moore. Mas, foi demasiado descarado e acabou por não surtir efeito.
A minha classificação é de 4/10
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